sábado, 4 de abril de 2009

Principais Fatos que Marcaram a História da Educação a partir de 1930


Introdução



A Revolução de 30 foi o marco referencial para a entrada do Brasil no mundo capitalista de produção. A acumulação de capital, do período anterior, permitiu com que o Brasil pudesse investir no mercado interno e na produção industrial.
A nova realidade brasileira passou a exigir uma mão-de-obra especializada e para tal era preciso investir na educação. Sendo assim, em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública e, em 1931, o governo provisório sanciona decretos organizando o ensino secundário e as universidades brasileiras ainda inexistentes:

- O Decreto 19.850, de 11 de abril, cria o Conselho Nacional de Educação e os Conselhos Estaduais de Educação (que só vão começar a funcionar em 1934). - O Decreto 19.851, de 11 de abril, institui o Estatuto das Universidades Brasileiras que dispõe sobre a organização do ensino superior no Brasil e adota o regime universitário. - O Decreto 19.852, de 11 de abril, dispõe sobre a organização da Universidade do Rio de Janeiro. - O Decreto 19.890, de 18 de abril, dispõe sobre a organização do ensino secundário. - O Decreto 20.158, de 30 de julho, organiza o ensino comercial, regulamenta a profissão de contador e dá outras providências. - O Decreto 21.241, de 14 de abril, consolida as disposições sobre o ensino secundário.

Em 1934 a nova Constituição (a segunda da República) dispõe, pela primeira vez, que a educação é direito de todos, devendo ser ministrada pela família e pelos Poderes Públicos.

Em 1942, por iniciativa do Ministro Gustavo Capanema, são reformados alguns ramos do ensino. Estas Reformas receberam o nome de Leis Orgânicas do Ensino, e são compostas pelos seguintes Decretos-lei, durante o Estado Novo: - O Decreto-lei 4.048, de 22 de janeiro, cria o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI. - O Decreto-lei 4.073, de 30 de janeiro, regulamenta o ensino industrial. - O Decreto-lei 4.244, de 9 de abril, regulamenta o ensino secundário. - O Decreto-lei 4.481, de 16 de julho, dispõe sobre a obrigatoriedade dos estabelecimentos industriais empregarem um total de 8% correspondente ao número de operários e matriculá-los nas escolas do SENAI. - O Decreto-lei 4.436, de 7 de novembro, amplia o âmbito do SENAI, atingindo também o setor de transportes, das comunicações e da pesca. - O Decreto-lei 4.984, de 21 de novembro, compele que as empresas oficiais com mais de cem empregados a manter, por conta própria, uma escola de aprendizagem destinada à formação profissional de seus aprendizes.
O ensino ficou composto, neste período, por cinco anos de curso primário, quatro de curso ginasial e três de colegial, podendo ser na modalidade clássico ou científico. O ensino colegial perdeu o seu caráter propedêutico, de preparatório para o ensino superior, e passou a preocupar-se mais com a formação geral.

O fim do Estado Novo adotou uma nova Constituição de cunho liberal e democrático. Esta nova Constituição, na área da Educação, determina a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primário e dá competência à União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional. Além disso a nova Constituição fez voltar o preceito de que a educação é direito de todos.

O golpe militar de 1964 refletiu na educação um caráter anti-democrático, gerando a perseguição de qualquer pessoa que se posicionasse contrariamente às imposições da ditadura. Escolas foram cenários de violência, professores e alunos foram presos, torturados, exilados do país ou mortos e a União Nacional dos Estudantes foi proibida de atuar nesta época . Por medo de represálias, alguns professores optaram por demitir-se e mudar de profissão.

A educação tornou-se um processo meramente reprodutivo, com o intuito de formar o aluno para atender os objetivos impostos pelo regime militar. A imaginação, a criação, o pensamento crítico e reflexivo foram tolhidos, dando espaço ao autoritarismo e à imposição; o aluno deveria adaptar-se ao ensino e não o ensino adaptar-se às necessidades individuais de cada estudante.

Em 1971, um dos anos mais cruéis da ditadura militar, foi instituída a Lei 4.024, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, cuja característica mais marcante era tentar dar a formação educacional um cunho profissionalizante no intuito de que a educação contribuísse, de forma decisiva, para o aumento da produção brasileira, inclusive reforçando os slogans propostos pelo governo, como "Brasil Grande", "Ame-o ou Deixe-o", "Milagre eEconômico".( www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb10.htm)
A ditadura militar se desfez por si só, tamanha era a pressão popular e de vários setores da sociedade; o processo de abertura política tornou-se inevitável. A consolidação da democracia no Brasil, no início da década de 80, foram marcados por profundas mudanças nas relações humanas, sobretudo nos processos de individualização, seleção e exclusão sociais, gerando novas questões relativas à educação e à convivência escolar.
Regime Militar

1964:

O PNA – Plano Nacional de Alfabetização, criado ainda no Governo João Goulart, é extinto após o golpe militar.

O jurista Luiz Antonio da Gama e Silva, acumula os cargos de Ministro da Justiça e Ministro da Educação e Cultura nos primeiros dias do golpe militar.

A Universidade de Brasília - UnB é invadida por tropas militares. O reitor Anísio Teixeira é destituído do cargo.
Anísio Teixeira
A ditadura militar coloca na ilegalidade a União Nacional dos Estudantes - UNE e cria os Diretórios Acadêmicos - DAs, restrito a cada curso, e o Diretório Central dos Estudantes - DCE, no âmbito da universidade. Assim é eliminada a representação a nível nacional, bem como qualquer tentativa de ação política. O lema da ditadura é "estudante é para estudar; trabalhador para trabalhar".


1965:
Tropas da polícia invadem a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo - USP, destroem equipamentos e prendem diversos professores e alunos.
O Parecer nº 977 define cursos de pós-graduação.
O Decreto-Lei 55.551 estende o salário-educação a todos os empregados públicos e privados.
O educador Paulo Freire escreve o livro "Educação como Prática da Liberdade".

1966:
É organizado o Projeto Rondon a partir do I Seminário de Educação e Segurança Nacional, promovido conjuntamente pela Universidade do Estado da Guanabara e a Escola de Comando e Estado Maior do Exército.
Este projeto levou estudantes e professores de instituições de ensino superior a desenvolver trabalhos sociais nas regiões mais carentes do País até 1989.
Obs.: A reativação do Rondon foi proposta pela União Nacional dos Estudantes (UNE) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em novembro de 2003.
Foi relançado em 19 de janeiro de 2005, em Tabatinga (AM) e hoje é realizado em parceria com o Ministério da Educação, com a colaboração dos demais Ministérios e das Forças Armadas, que proporcionam o suporte logístico e a segurança necessários às operações. Conta, ainda, com a colaboração dos Governos Estaduais, das Prefeituras Municipais, da Associação Nacional dos Rondonistas, da União Nacional dos Estudantes, de Organizações Não-Governamentais, de Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público e de Organizações da Sociedade Civil.
Caracteriza-se por ser o esforço concertado do Governo e das Instituições de Ensino Superior, pela aliança entre os estudantes universitários e as comunidades e pela busca de soluções que contribuam para o desenvolvimento sustentável e ampliem o bem-estar comunitário.

O Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro é o primeiro curso de pós-graduação em educação do Brasil.

1967:
Sai a primeira expedição do Projeto Rondon à Região Norte do país.

A Lei 5.370 cria o Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL, com objetivo de erradicar o analfabetismo do Brasil em dez anos.
O índice de analfabetismo no Brasil é de 32,05%.


1968:
A Lei 5.537, de 21 de novembro, cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE.

1969:
Entra em vigor o Decreto-Lei 477, aplicado aos professores, alunos e funcionários das escolas, proibindo qualquer manifestação de caráter político, com o objetivo de banir o protesto estudantil.

1970:
Vários professores da Universidade de São Paulo são aposentados. Entre eles Fernando Henrique Cardoso, futuro presidente da República.

O Parecer no 77 regulamenta o sistema nacional de Pós-Graduação.
O Decreto-Lei 574 proíbe as instituições educacionais de promoverem redução de suas vagas iniciais

1971:
É promulgada a Lei 5692 que regulamenta o ensino de primeiro e segundo graus. Entre outras determinações amplia a obrigatoriedade escolar de quatro para oito anos, aglutina o antigo primário com o ginasial, suprimindo o exame de admissão e criando a escola única profissionalizante.


O Parecer 853 do Conselho Federal de Educação define a doutrina de currículo, indica os conteúdos de núcleo comum, apresenta o conceito de matéria, orienta suas formas de tratamento e integração, indica os objetivos das áreas de estudo e os do processo educativo, remetendo-os ao objetivo geral do ensino de 1o e 2o graus e aos fins da educação brasileira.

O Decreto 68.908 dispõe sobre o concurso vestibular, fixando as condições para o ingresso na Universidade.
Morre no Rio de Janeiro o educador Anísio Teixeira.


1972:
O Parecer no 45 do Conselho Federal de Educação fixa o currículo mínimo a ser exigido em cada habilitação profissional ou conjunto de habilitações afins, no ensino de 2o grau.


1973:
São fundadas a Universidade de Fortaleza, no Ceará, e a Universidade de Mogi das Cruzes, em São Paulo.


1974:
Criação do Projeto Legião Brasileira de Assistência - LBA, com o objetivo de dar apoio financeiro e técnico às creches em todo o Brasil.
A Legião Brasileira de Assistência - LBA e a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor - FUNABEM são vinculadas ao Ministério de Assistência e Previdência Social.
O Parecer no 2018 do Conselho Federal de Educação propõe a elaboração de legislação contendo normas e procedimentos que regulamentem a implantação de programas dirigidos às populações em idade pré-escolar, além de recomendar que sejam buscadas novas fontes de recursos financeiros para subvencionar a educação pré-escolar.

Referências Bibliográficas

NAPRO - Núcleo de Atividades do Projeto Rondon Histórico. Disponível em: acesso em 09 de Março de 2007.

História da Educação Brasileira. Disponível em:
acesso em 09 de Março de 2007.

Fundação Getúlio Vargas - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil Fatos e Imagens. Disponível em: <http://www.cpdoc.fgv.br/comum/htm/index.htm> acesso em 09 de Março de 2007.

Projeto Rondon Hoje. Disponível em:
<https://www.defesa.gov.br/projeto_rondon/index.php?page=hoje> acesso em 09 de Março de 2007.


O Tato

Componente Curricular: Ciências Naturais

Conteúdo: Ser Humano e Saúde: Os órgãos do sentido

O Tato

Público Alvo: 3º Ano - Ensino Fundamental I

Tempo Previsto: 5o minutos


Objetivos:
estabelecer relações entre o tato e os demais órgãos do sentido;
compreender o corpo como um todo integrado: uma disfunção de qualquer aparelho, sistema ou órgão representa um problema do organismo todo;
identificar os limites e potencialidades de seu próprio corpo, compreendendo-o como semelhante mas não igual aos demais para desenvolver auto-estima e cuidado consigo próprio;
elaborar perguntas e suposições acerca dos assuntos em estudo;
buscar e coletar informações por meio de leitura de imagens e textos selecionados;
organizar registro de informações por meio de tabelas, esquemas, listas, textos;





Desenvolvimento:

Parte 1: Levantamento de conhecimentos prévios dos alunos
Ø É possível “enxergarmos” sem os olhos?
Ø Experiência: Adivinhe o que é?
Como os olhos fechados o alunos deverão tocar/sentir alguns objetos e descobrir o que é.

Parte 2: Material de Apoio


Os órgãos do tato se encontram em todas as partes do corpo.e são chamados corpúsculos táteis, na pele e nas mucosas. O tato é mais sensível em certas partes do corpo do que em outras.Essa diferença deve-se ao fato de que os órgãos terminais do tato não estão igualmente espalhados pelo corpo, e sim agrupados em cachos.




Parte 3: Registro no caderno, resolução atividades da apostila e lição de casa

- registro no caderno
- realização das atividades da apostila
- lição de casa: os alunos, divididos em 05 grupos, deverão pesquisar e coletar material em diferentes fontes (livros, revistas, internet, vídeos) sobre os órgãos do sentido. Cada grupo será responsável por um órgão do sentido.

Os dados pesquisados/coletados deverão compor o mural do grupo e o painel dos órgãos do sentido da sala. Ambos confeccionados em sala de aula. Os alunos deverão anotar as fontes de pesquisa.

Os alunos deverão também apresentar uma dinâmica que evidencie a importância do órgão em questão.

Prazo: 05 dias úteis




Referências Bibliográficas:

PCN – Ciências Naturais. Internet. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf. Acesso em 21 de Janeiro de 2008.

Os órgãos do Sentido: Tato. Internet. Disponível em: www.aprendebrasil.com.br – busca por palavra chave. Acesso em 21 de Janeiro de 2008.

Texto de JOHN LENNON

Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos.Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada.Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade.Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo.Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava.Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto.Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade.Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas.Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente.Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém"(John Lennon)

Seja um idiota! (A. Jabor)

A idiotice é vital para a felicidade. Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins. No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias,inseparavelmente, é ele. Pobre dele. Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto. Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça? hahahahahahahahaha!... Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema? É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar? Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não. Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa. Dura, densa, e bem ruim. Brincar é legal. Entendeu? Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva. Pule corda! Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável. Teste a teoria. Uma semaninha, para começar. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir... Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração! Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora? "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche"

Você sabe o caminho?

Excelente artigo, disponível em http://www.aprendebrasil.com.br/articulistas/betina_bd.asp?codtexto=672


Não é o computador que sabe o caminho
Todos sabemos que nenhum recurso tecnológico tem o poder mágico de aprimorar o desempenho de um aluno se ele e o professor não souberem o que estão buscando ao utilizá-lo. Diferentes estudos revelam que ter objetivos claros ao adotar tecnologia educacional é o elemento mais importante para obter resultados favoráveis junto aos alunos (Schacter, J., 1999 e Cradler et alii, 2002).
Observemos, então, alguns objetivos que podemos tentar alcançar com maior facilidade por meio de recursos tecnológicos, afinal, eles são inúmeros e muito diversos. Professores e alunos podem querer desenvolver senso de responsabilidade e estratégias para realizar trabalho coletivo. Podem buscar oportunidades de desenvolver a fluência oral ou escrita e a busca por informações confiáveis. Podem desejar conhecer as leis da ciência, manusear equipamentos ou, simplesmente, praticar a realização de avaliações. Podem querer interagir com pessoas de fora da escola pelos mais variados motivos, desenvolver a autonomia perante os estudos, memorizar alguns fatos, desenvolver a curiosidade ou o raciocínio lógico. Esses são só alguns dos objetivos que podemos tentar alcançar a partir de uma ação educativa mediada pela tecnologia.
A seguir, apresentaremos os principais tipos de ferramentas tecnológicas que podem ser utilizadas nas escolas para diferentes fins. Vale a pena refletir sobre os diferentes objetivos que elas permitem atingir antes de adotá-las.
A — Autoria
As ferramentas de autoria são das mais ricas que a tecnologia educacional pode oferecer. Elas permitem criar sites, blogs, livros, jornais, revistas, linhas do tempo, animações, vídeos, apresentações multimídia, etc. Desenvolvem nos alunos as habilidades de pesquisa, leitura, escrita, manipulação de diferentes tecnologias e até programação, dependendo do recurso escolhido. Além disso, quando usadas em grupos, favorecem a realização de trabalhos coletivos e o desenvolvimento do senso de responsabilidade.
Um professor alerta para os variados objetivos que pretende alcançar junto com seus alunos descobrirá inúmeras maneiras diferentes de encaminhar o trabalho com as ferramentas e observará com precisão o desenvolvimento dos alunos. Ele poderá interferir nas questões de administração do trabalho coletivo sem achar que está "perdendo tempo" de aula, ou ficará feliz ao ver seus alunos buscarem materiais nas mais variadas fontes para realizar seus projetos.
A vantagem que o computador oferece para o trabalho coletivo é a facilidade de edição que seus programas oferecem. Todos os membros de um grupo podem contribuir com suas idéias em diferentes arquivos. Esses arquivos podem ser reunidos, cortados, corrigidos e ampliados com muito conforto. É fácil incluir imagens, tabelas e gráficos feitos por diferentes membros do grupo, e não é necessário passar nada a limpo1.
B — Pesquisa
Trabalhos que envolvem criação, como os descritos acima, são certamente muito interessantes. No entanto, nem sempre é viável trabalhar com criação de trabalhos grandes e coletivos na escola. Por vezes, o professor e os alunos desejam simplesmente buscar uma informação ou conhecer um determinado assunto em mais detalhes. Tendo em mente o que se pretende buscar, não há nada melhor que utilizar ferramentas de pesquisa.
Nesse caso, também vale a pena decidir se é o momento de utilizar uma ferramenta completamente livre e aberta, se os alunos deverão usar um portal ou se deverão se ater às indicações do professor ou de outro especialista que já fez um levantamento prévio de bons materiais sobre os temas a serem estudados.
Se o objetivo for ensinar a separar conteúdo de qualidade de conteúdo duvidoso, é mais recomendável usar a Internet livre. Se o objetivo for encontrar rapidamente material de qualidade, acessar um portal ou recomendações de um profissional experiente é uma estratégia mais adequada.
C — Comunicação
Com a comunicação via Internet, aprende-se a qualquer momento e em qualquer lugar. Ferramentas como e-mail, fórum, comunicador e bate-papo também podem ser usadas com diferentes finalidades. Além delas, algumas ferramentas de autoria, como o blog e o site, são, simultaneamente, ferramentas de comunicação, pois podem ser publicadas com muita facilidade.
O blog ou o site desenvolvido por um professor facilita a comunicação entre professores, alunos e suas famílias. Já os alunos que criam sites e blogs beneficiam-se da motivação de poder realizar um trabalho autêntico que poderá ser lido por outras pessoas, além de seus colegas e professores.
Uma sala de bate-papo pode ser usada para realizar uma conversa com uma pessoa distante ou para os alunos praticarem fluência oral em língua estrangeira. O e-mail pode facilitar o envio de dados entre diferentes membros de um grupo ou pode ser usado para a escola se comunicar com as famílias. O importante é sempre ter em mente que a comunicação on-line multiplica em muito as possibilidades de trocas de informações das mais variadas. Aumentando essas trocas, amplia-se a aprendizagem.
D — Exercícios e prática
Não podemos esquecer que uma parte relevante do que se aprende na escola também envolve prática, exercícios e repetição. O desenvolvimento de criatividade e capacidade de pesquisa é essencial para a vida escolar de qualquer estudante, mas, às vezes, é importante observar um assunto mais de perto, fazer exercícios, tentar de novo ou repetir até memorizar algo ou compreender um conceito detalhadamente. Também existem ferramentas para esse fim. São exercícios de correção automática simples ou com animações, avaliações e atividades disponibilizadas pelo professor, atividades interativas disponíveis em sites, simuladores e jogos.
Esses recursos permitem ao aluno visualizar um conceito e praticar exercícios. A vantagem da tecnologia nesse aspecto é quantitativa e qualitativa. Ela permite disponibilizar muitas atividades para os alunos, sem a necessidade de tirar cópias de materiais ou mesmo de corrigir as atividades uma a uma. Além disso, dependendo do assunto, as atividades interativas realizadas no computador podem ser muito mais coloridas, animadas e motivadoras do que a leitura de informações nos livros. Vale a pena adotar esses recursos levando em conta que eles tornam a atividade de reforço mais freqüente e divertida e facilitam a compreensão de alguns fenômenos.
Considerações sobre o papel do aluno
Com tantas possibilidades oferecidas pela tecnologia, não podemos menosprezar o papel do aluno ao selecionar, ele mesmo, suas ferramentas de estudo. Ele também tem de saber escolher que ferramenta vai utilizar para cada finalidade. Ao criar seus trabalhos, precisará definir se incluirá fotos, gráficos, imagens ou programações; ao pesquisar, terá de escolher as fontes que utilizará para isso. Ao estudar, terá de decidir quanto esforço dedicará à prática e com quais recursos o fará. Também terá de descobrir a melhor maneira de se comunicar com as pessoas envolvidas em sua aprendizagem.
Não é à toa que a tecnologia promove mais autonomia entre os alunos. Com tantos recursos à disposição e com tantos objetivos a buscar, torna-se essencial saber definir o que é mais relevante em cada momento. Ao tomar decisões com consciência das suas necessidades, o aluno sempre acaba por desenvolver sua autonomia. E será que a autonomia dos alunos não é um dos objetivos mais importantes para se tentar atingir durante o processo educacional? 1 Ver Buzato (2004) e Silva (2004) a respeito de trabalho coletivo e uso de tecnologia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BUZATO, Marcelo El Khouri. As (Outras) Quatro Habilidades / The Four (Other)Skills Revista Digital de Tecnologia Educacional e Educação à Distância, v. 1, n. 1. nov. 2004. Acesso em: 29 mar. 2007.
CRADLER, J.; MCNABB, M.; FREEEMAN, M.; BURCHETT, R. How does technology influence student learning? Learning and Leading with Technology, 29(8), 47-49, 2002.
SILVA, Luís Rogério da. Formação do Conhecimento Coletivo: O Papel do Professor em Tempos de Web Arte e Copylef. Revista Digital de Tecnologia Educacional e Educação à Distância, v. 1, n. 1. nov. 2004. Acesso em: 29 mar. 2007.
SCHACTER, J. (1999). The impact of education technology on student achievement: What the most current research has to say. Milken Exchange on Education Technology, 1999. Acesso em: 29 mar. 2007.